sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Capítulo 3 - Caleb

   Era uma tarde quente. Cornélia tomava um banho num lago tranquilamente, embora o "tranquilamente" dela não fosse exatamente tranquilo, ela tinha que estar sempre prestando atenção ao menor sinal de passos. Mas até aquele momento não ouvira nada.
   Já estava seca e vestida quando ouviu um barulho. Era o som de passos bem lentos e abafados, além do som de um pássaro, o som das asas. Rapidamente, Cornélia subiu na árvore mais próxima com a maior quantia de galhos e folhas que pudessem lhe esconder. E lá ela ficou em silêncio, esperando que o estranho passasse e fosse embora. Alguns minutos depois, ela conseguiu ver quem era. Era um homem, mais um rapaz na verdade, talvez um ano mais velho que ela. Era alto (na verdade para ela a maioria das pessoas eram altas, afinal ela mal chegava a 1 metro e 60), tinha o cabelo até os ombros e castanhos, parecia ser um tanto forte. Era bonito. Com ele veio um pequeno falcão que parecia dócil, como se fosse o animal de estimação do rapaz.
   Cornélia tomou o cuidado para não fazer barulho nem quando respirava. Mas parecia que ainda assim ele escutava, era como se ele pudesse ouvir os seus batimentos cardíacos. O rapaz estava desconfiado. O falcão passou perto da árvore que Cornélia estava e piou, isso a assustou, pois o pio do pássaro alarmou ainda mais o rapaz. E o falcão repetiu.
- Quem está aí? - o rapaz perguntou para o nada. Ele olhava em volta, mas não sabia para onde olhar, simplesmente mexia-se em círculos.
   O coração de Cornélia dava pulos de medo. Como ele soubera que ela estava lá? Depois de todos esses anos ela conseguira se esconder de todos.
   O falcão voou mais perto da árvore, mais perto da princesa e piou ainda mais alto.
- Quem está aí? - o rapaz perguntou de novo, sua voz estava inquieta e preocupada, embora não soasse medo.
   De repente, o falcão estava bem diante de seus olhos no meio da árvore em que estava. Cornélia arregalou os olhos, o pássaro começou a bater as asas em seu rosto, mas não a machucou. Depois desceu para perto do rapaz, e fez alguns barulhos como se estivesse falando com ele.
- Eu sei que tem alguém aqui. Apareça!
   O falcão voltou, e começou a cutucar Cornélia com o bico. O galho em que ela estava balançou. Ela tentou se desviar dele, mas não deu certo. Assim que perdeu o equilíbrio o pássaro voou em direção ao rapaz e piou. Mas Cornélia não conseguiu prestar muito atenção, pois em seguida começou a cair, para sua sorte, ou azar, a árvore era alta e a queda demoraria um pouco. No entanto ela não conseguiu conter um grito. Já estava a espera de sentir o chão e quebrar os ossos, mas o que sentiu não foi o chão, pelo contrário, ela estava acima do chão.
  Demorou alguns segundos para Cornélia perceber onde estava. O rapaz a salvara. Ela não sabia exatamente como, mas o pássaro parecia que havia dito a ele que ela iria cair e ele ficou no local em que ela se chocaria com o chão. Ele a segurava com firmeza, embora não a machucasse, e, sobretudo, sem medo. Mas ele não olhava para ela.
- Quem é você? - ele estava incrédulo, completamente surpreso. Era como se estivesse esperando um homem gordo e não uma garota magricela.
- É... Bem... - afinal o que Cornélia poderia responder.
   "Oi, sou uma princesa que foge à 8 anos." ela pensou, mas não poderia simplesmente dizer isso e ele esperava por sua resposta. Ele ainda a mantinha nos seus braços, isso a desconcentrava ainda mais.
- Eu... Eu é que pergunto. Quem é você que me salvou? Eu podia ter morrido! Devo agradecê-lo.
   Embora não estivesse satisfeito, ele não teve medo dela e a respondeu sem receio.
- Sou Caleb. E você?
- Eu... - por que ele tinha que insistir? - Eu sou Cornélia! Sou uma simples camponesa. - será que ele acreditaria?
- Já ouvi esse nome antes...
- Com certeza deve ter ouvido. É um nome tão comum!- ela ria nervosamente enquanto falava.
   Aparentemente, ele acreditou no que ela disse e a colocou no chão com cuidado.
- O que a traz aqui para a floresta? Está perdida? - Caleb perguntou
- Não. Eu moro aqui. Há anos eu moro aqui, moro a mais tempo do que você possa imaginar. - sua voz soou mais indignada do que ela desejara.
- Mora aqui? - ele duvidava dela - Nunca a vi em parte alguma da floresta. E eu também moro aqui há muito tempo.
- Ora, a floresta é muito grande. A maior da região.
   Assim que disse isso se arrependeu. Não eram muitos que haviam estudado e sabiam de tal fato. Ela praticamente se entregara. Mas ele pareceu não notar. Ele já estava começando a aborrecê-la.
- Então, porque simplesmente se mudou para a floresta? - ao dizer isso ele aproximou seu rosto do dela, mas ainda assim não olhava em seus olhos. Isso chamou a atenção de Cornélia e ela chegou mais perto dele, foi aí que percebeu.
- Você... É cego. - ela disse quase em um sussurro.
- Se você não tivesse dito eu nem teria percebido.
- Eu sinto muito. Mas viver na floresta não é mais perigoso para você?
- Você não tem escolha quando é banido. - ao dizer isso Cornélia sentiu um pouco de pena dele.
   Caleb já estava se virando para ir embora, mas Cornélia segurou seu braço.
- Como você soube que eu estava aqui? - isso a deixava inquieta. Durante anos ela se escondeu de vários homens que perambulavam pela floresta e o único que a encontrou era cego.
- Não foi difícil, eu tenho Naif para me ajudar.
- Quem?
- Naif. Foi ele que a viu e não eu. - falando isso ele fez um gesto e em seguida o falcão que a fizera cair pousou em seu braço. - Agora, se não se importa foi um prazer te conhecer, com licença.
   Caleb foi tão irônico com Cornélia que a deixou nervosa. Mas ele nem notou e simplesmente virou-se para ir embora.
- Espere onde está indo?
- Onde mais? Para o Reino de Hale, desculpe de Lient, sempre esqueço a pequena mudança. Irão executar o rei e a rainha Hale. Queria estar por perto para pelo menos ouvir a desgraça. Não sei se você foi a favor da troca do trono, mas eu não sou muito.
- Nem eu. - e sua voz foi morrendo.
   O coração da princesa começou a palpitar. Então, seus pais estavam vivos e irião morrer logo.
- Quando? - ela perguntou esperançosa.
- Em uma semana. Por isso tenho que ir logo. Como disse, é uma floresta muito grande.
- Espere! Posso ir com você?
- O quê? Nem pensar você só irá me causar problemas. - ele estava indignado com a pergunta, o que deixou Cornélia com mais vontade de acompanha-lo.
- Eu conheço a floresta assim como você. Então, se você não me deixar ir com você, vou segui-lo. - ela lhe deixara sem escolha, e isso a divertia.
- Faça como quiser. - ele disse derrotado.
   Ele foi andando na direção norte, rumo ao reino, e ela foi junto, feliz por finalmente ter uma companhia humana.

5 comentários:

  1. Segue alebelacoma.blogspot.com
    ja to seguindo

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  2. Oii querida, amei seu blog, muito bom mesmo, parabéns, estou seguindo já, se gostar, segue o meu, é bmocassim.blogspot.com :)


    beeeijos.

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  3. foi você que escreveu? se foi, parabens mesmo hein

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  4. seguindo aqui flor, retribui ??
    http://nathmania.blogspot.com/
    @superfashion_na

    Beijos

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  5. oii,te segui me segue?
    http://omundomaissweet.blogspot.com/
    beijos♥

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